Guia das obras de Oscar Niemeyer em Brasília, produzido pela Câmara dos Deputados Federais.
Sobre Niemeyer, um aviso aos amigos: evite opiniões contudentes sobre a qualidade das construções projetadas pelo escritório de Niemeyer - conheça-as, primeiramente. Este conselho parece óbvio, mas é oportuno tendo em vista 2 aspectos curiosos, quando se entra nessa questão:
1) Todo mundo tem uma opinião apaixonada e sumária sobre este arquiteto. Você não precisa se sentir obrigado a isso. Não se espera de você uma opinião apaixonada, igualmente é perigoso uma opinião sumária, ou seja, rápida, superficial - quer amando, quer repudiando o legado. É mais enriquecedor que você apresente um ponto de vista ponderado, abalizado. E a dificuldade disso está no segundo ponto.
2) Niemeyer construiu mais nos últimos 10 anos do que nos últimos 70. Isso nas palavras dele! Então surge uma situação rara - a obra do arquiteto deu-se em tal velocidade nestes anos mais recentes, que a crítica especializada não teve tempo ou habilidade de conferir tudo. Se você não conhece ou não estudou o espaço Niemeyer na Espanha, os novos teatros com fundo reversível e dezenas de projetos espalhados pelo mundo, cuidado! Você pode estar correndo o risco de se referir às obras clássicas (Pampulha, Brasília, Copan) e desconsiderar o grosso da produção, que é, muito mais recente.
Cloncluindo aos amigos do Aluno Eterno:
seja observador, analise as implantações, os acessos, os materiais, as
soluções estruturais e não repita a tolice dos leigos de mirar só a
volumetria. Desenvolva uma observação mais profunda, mais perspicaz, e
daí, forme sua opinião. Evite o maniqueísmo "gostei!-não gostei!",
isso funciona quando vamos à uma loja de roupas ou a um restaurante,
não numa conversa de alto nível entre pessoas estudadas. Entre pessoas
acadêmicas ou que buscam avançar no que fazem, o que você "gostou" ou "não gostou"
é irrelevante.
O que espera-se de você é que diga que pontos alvos você
detectou no projeto e onde o ele poderia ter sido melhor pensado e que
opções você proporia, caso pudesse alterá-lo. Este exercício crítico é
construtivo. Dizer só "amei" ou "odiei" é infantil e já está na hora de você sair da infância, não acha?
Enfim, o mundo mudou muito nestes 104 anos, e ao contrário do que muita gente pensa, Niemeyer também!
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